ANA PINA [ novas colecções ] WEK

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No próximo Sábado, 29, dia de Inaugurações Simultâneas de Miguel Bombarda apresentamos uma dupla exposição de Joalharia.

Ana Pina apresenta a colecção Leku.

“Leku, palavra basca para lugar, dá nome a uma coleção de joalharia de Ana Pina que encontra em Eduardo Chillida a fonte de inspiração. Geométricas e livres, quase arquitectónicas, as obras de Chillida parecem nascer na natureza e pertencer à cidade. São abstracções que carregam mensagens de força e equilíbrio, que contêm a aspereza da ferrugem, a dureza da recta e a subtileza da linha curva. São volumes que brincam com a luz, corpos que pesam tanto como a sua ausência – são espaço, enquanto ocupam o espaço. Nos desenhos o preto e branco define contornos e formas, alude a jogos de cheio-vazio, a tensões e movimentos. Na passagem para a tridimensionalidade as esculturas ganham em grandiosidade e expressão. Como pode um conjunto de linhas ter tanto peso? Como pode um bloco de pedra ser tão leve? Destes contrastes nasce uma colecção que dá também lugar às duas facetas criativas da autora: a pureza depurada do traço geométrico – num conjunto de peças lineares em prata – e a liberdade imprevisível do desenho – numa série limitada de pendentes únicos, que celebra o aço corten de Chillida através das cores quentes do bronze.”
(Lançamento em simultâneo no Tincal lab e na scar-id)

WEK apresenta uma edição especial de Verão SS19.
Em 2014 lançávamos na scar-id store uma nova marca que associava a tecnologia e o trabalho manual, peças de joalharia contemporânea que exploravam 3D print e fio atadeiro usado na agricultura.
Adaptando-se às características da scar-id, as cores escuras e neutras, invernosas, com muita predominância do Preto e do Branco, têm feito parte do portfólio de peças da marca que têm passado por aqui nos últimos 5 anos.
Com a mesma linguagem arrojada, mas simultaneamente minimalista e intemporal, apresentamos agora um manifesto de contrastes, uma mudança cromática radical que evoca o verão.

Entre as 16h e as 20h, na scar-id store.

Apareçam.

Pré-Order Susana Bettencourt . Colecção “Stop The Clock” 2019

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No último dia 16 de Março, Susana Bettencourt surpreendeu com o formato inusitado de apresentação da sua colecção, na edição FW19/20 no Portugal Fashion.
Intitulada “No Season 2019”, o que Susana mostrou ao público não foi na realidade uma colecção, mas um conceito, um statement, uma apresentação do seu trabalho, da sua missão enquanto autora, que como a própria diz “a roupa acaba por ser o veículo que uso para expressar o meu artesanato e aquilo que gosto de fazer”.

Durante as inúmeras entrevistas que Susana Bettencourt teve a oportunidade de dar no seguimento da sua apresentação, houve uma palavra várias vezes repetida, que pela sua força teve a capacidade de sustentar o sentimento que a indústria da moda (e aqui o próprio tempo) provoca nos criadores: sufoco.

O sufoco de uma Indústria que obriga a um entendimento de um tempo sem paragens – para Susana, sem paragens para pensar (e para criar) – com um mínimo de duas colecções por ano, que parecem ter apenas 6 meses de validade; o sufoco entre viagens com feiras e showrooms improdutivos, onde marcas de slow fashion (como as que apresentamos na SCAR-ID) concorrem com produtos de consumo instantâneo; o sufoco da concorrência desleal, onde produções cuidadas concorrem com práticas por vezes atentatórias à dignidade humana, no incumprimento de horários, salários e condições de trabalho; o sufoco de pertencer a um sistema que permite alguns produtos são vendidos dezassete vezes mais caris que o custo de produção, enquanto as pequenas marcas (podemos acrescentar, as pequenas lojas) se espremem para conseguir um valor que lhes permita cumprir o seu sonho de ver pessoas na rua vestidas com as suas peças.

Ano após ano, ou melhor, de seis em seis meses, a Indústria da Moda reafirma a sua vontade de mudança (nunca cumprida) pressionada pelas individuais tentativas, muitas vezes encabeçadas, pelos jovens criadores e as pequenas marcas.
A nós na SCAR-ID cabe-nos o eterno papel quase pedagógico do “compre menos, compre melhor”. Não há outra forma de sustentabilidade senão a redução do consumo, a opção pela qualidade do produto e a justiça na produção.

O sufoco de Susana Bettencourt foi representado na sala da Alfândega do Porto em dez coordenados. Modelos que não desfilaram, mas caminharam para o ser lugar, estático, capaz de ser apreciado, de perto, com tempo pelo público. As modelos envergavam peças manuais, quase artesanais, onde a técnica portuguesa da renda de bilros cruza os materiais novos e novas formas de expressão – uma tentativa de actualização do artesanato.
A boca das modelos por vezes aparecia tapada, sufocada, representando novamente este sentimento agressivo contra a criatividade.

Susana Bettencourt não apresentou nenhuma colecção comercial nesta edição do Portugal Fashion.
Irá apresentar apenas uma colecção por ano, aquilo que representa uma nova estratégia para a marca, que no fundo já vem sido discutida e ensaiada há muito, mas só agora teve a oportunidade de ser posta em prática fruto das múltiplas parcerias dos vários segmentos que compõem o dia-a-dia de uma marca de moda de autor.

A colecção comercial de 2019 de Susana Bettencort será apresentada ao público e à imprensa apenas em Outubro de 2019, mas a estratégia passa também, não só pelo já testado internacionalmente “see now buy now” – onde o público pode comprar imediatamente após o desfile – mas principalmente numa lógica de pré-venda privada.

A SCAR-ID como parceiro privilegiado da marca tem o prazer de poder dar a conhecer em primeira mão – antes da Imprensa e do público-geral – “Stop the Clock”, uma colecção inspirada na noção errada de tempo da sociedade automatizada em que vivemos, onde conceitos como o silêncio e a contemplação estão perdidos.

Durante as próximas semanas, “Stop the Clock” estará no -1 da SCAR-ID STORE em exclusividade para as nossas clientes para Pre-Order.
Como parte da estratégia da marca Susana Bettencourt, as clientes que têm acompanhado a marca têm a oportunidade de selecionar previamente as peças que desejam, as quais serão posteriormente produzidas e disponibilizadas em Setembro.

Porque o desfile tem sido cada vez mais lugar de comunicação, cabe agora ao cliente também um lugar especial privilegiado no processo criativos das pequenas marcas de autor.

Aguardamos a sua visita.*

*Visitas por marcação. Por favor agende a sua visita através do email info@scar-id.com ou por telefone 914877818 / 22033087

Evento: Colecção SEM TÍTULO . ATER by scar-id x LIV

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Mas,


I

Interessa-nos particularmente a ideia de um tempo, antes do tempo, que suprimia cerca de cinquenta e nove, a sessenta dias ao ano.
Uma imprecisão de rotações muito conveniente à nossa realidade dos sistemas de consumo.
Consta que Janeiro e Fevereiro, quando foram criados, se colocaram estrategicamente, não no início, mas no fim.
Janus terá sido um deus romano das mudanças, escolhas e transições (graficamente interessante, com duas cabeças, uma a olhar para o passado, outra para o futuro).
Já Februus, sabe-se ser o deus da morte e purificação.

Avaliava-se na última publicação, a propósito da efeméride dos 5 anos da SCAR-ID, a necessidade de um período para parar para pensar.
Terminava-se esse artigo de 13 de Dezembro de 2018 com: mas,
Rapidamente, fomos assaltados pela obvia pergunta vinda de clientes e amigos: mas o quê?
Parecia que tínhamos já preparado um novo caminho e o queríamos esconder, quando na realidade ainda nem tínhamos construído deviamente a pergunta.

Foi um “mas,” de consumo interno – uma hipótese de reflexão, um desejo de charneira para uma outra possibilidade – que foi tornado público por urgência de estímulo.
Na impossibilidade de, como os antigos, se suprimir cinquenta e nove dias inúteis ao ano, tirou-se destes o devido partido: enquanto vírgula que, como Janus, olha simultaneamente para a frente e para trás; como Februus, catártico, a extinguir o irrelevante.
Consta que, estrategicamente colocados no fim, estes cinquenta e nove dias serviam o simples propósito de preparar e anunciar Martius, o deus da guerra e patrono do, verdadeiro, início do ano.

Mas, quando se esperava que os primeiros cinquenta e nove primeiros dias de 2019 (uma habitual nulidade económica diga-se) fragmentados de forma desigual entre reflexão e purga, iriam servir o propósito de epifania reveladora – bem ao estilo da desejada vontade inspiradora – na verdade, resultaram na evidência de que o novo caminho já estava afinal, em andamento, encadeado com tudo o que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos cinco anos.

II

Mas, se não se efectivou a emergência de uma viragem de direcção, conclui-se a necessidade de um percurso de regeneração com base num restabelecimento de uma carência.
Sentimos falta do processo criativo.

Mas, o caminho próximo será (re-) construído idiossincraticamente.
Uma proposta para ‘parar para pensar também’ pode ser, tão simplesmente, ler novamente os conceitos de cicatriz e identidade inerentes ao próprio nome do projecto: SCAR-ID.
Perdidos no percurso, nas emergências quotidianas, deixado para segundo plano: é o processo criativo e seu objecto resultante, identitário e exclusivo que se pretende como catalisador do percurso próximo.

Mas, o percurso, este do processo criativo, faz mais sentido acompanhado, ou não estivéssemos há cinco anos a incentivar e envolver outros criativos nas suas próprias buscar individuais.
Revisitando o lançamento de 22 de Setembro, aquando da nossa primeira parceria ATER by scar-id x Patrícia Costa, parece que afinal tínhamos aqui a fundação; e que teríamos já lançado, sem o consciencializar, o percurso que hoje já temos em marcha.

III

Dia 9 de Março apresentamos o resultado dos últimos meses de trabalho.
Algures no percurso lançamos o desafio ao nosso amigo Hugo Veiga, designer da LIV: desenharmos uma colecção ATER by scar-id X LIV.
(Na realidade não se esclarece se o desafio foi lançado, recebido, ou se apareceu espontaneamente com a naturalidade da evidência).
Uma colecção de moda, sem estação, que partiu do preto (ATER) e do gesto da pintura, e seguiu livremente o seu percurso, feito de desenho e de texturas, de matérias, de volumes e de cor, ou ausência de.
Interessou-me particularmente observar, de forma privilegiada a exploração dos confrontos de dois processos criativos distintos: da ATER, desta vez apenas representada pela Sílvia, e da LIV.
De um lado a base da arte e a direcção criativa – curatorial, na conceptualização de um cenário referencial e efectivado na expressão visual e textural; do outro lado um processo de design, apoiado na exploração formal através da manipulação directa da matéria sobre a proporção humana.

No confronto dos processos, a premissa foi sempre uma despretensiosa curiosidade do percurso.
Assisti à naturalidade com que, estratificadamente, as competências de cada parte foram espontaneamente encontrando o seu caminho.

O resultado é uma colecção ATER, peças com um aparente minimalismo que não é mais que um depuramento formal ao conforto e à versatilidade de usos.
O preto material (algum branco como base da expressão) confronta-se com o preto mancha-textura, expressão da acção, ora visceral, ora gentil sobre a matéria.
Curioso foi também observar, no processo criativo de ambos, qual a resposta face a uma alternatividade de métodos: partir de uma pintura para daí extrair um objecto; partir de um modelo estruturado e intervir plasticamente.
Após a imagem conjunta inicial, qual o papel da acção das partes? e qual a resposta quando é trocada a ordem?
Mas há também uma terceira via, onde a expressão do gesto da pintura não é explorado.
No próximo dia 9 apresentamos o primeiro resultado da ‘Sem título’, um colecção que sendo atemporal permite sufixos, constantemente adicionados de acordo com as exigências de um processo contínuo.
Tanto podemos encontrar peças únicas coleccionáveis ou séries de ambição escalável – onde à expectável repetição do molde se acrescenta a irrepetível expressão gestual.

IV

Na mesma publicação, de 13 de Dezembro de 2018, desculpávamo-nos da ausência de evento comemorativo dos cinco anos do nosso projecto, remetendo o mesmo para algures em 2019.
Simultaneamente local e global, a SCAR-ID inserida no circuito urbano do quarteirão de Miguel Bombarda, está activamente presente, em mais uma data de Inaugurações Simultâneas para apresentar a colecção, sem nome, de ATER by scar-id x LIV.
Sem a pretensão de um evento apartado, o próximo dia 9 é então local (Inaugurações Simultâneas), global (Colecção: Sem Título) e particular (5 anos SCAR-ID).
Quando há quase seis anos começámos a pensar este projecto, na nossa cabeça a SCAR-ID sempre foi uma espécie de resistência cultural e criativa, que de alguma forma recusando-o pudesse pertencer à lógica do mercado.
Interessa-nos particularmente esta ideia de um espaço na cidade onde podemos apresentar algumas das coisas que nos apaixonam.
Estes cinquenta e noves dias serviram precisamente para redobrar o nosso desejo o continuar a fazer mas, o tal “mas,” de uma forma cada vez mais nossa, tirando partido do genuíno prazer do processo criativo e do processo das paixões.
9 de Março, 16h.

V

Mas, nestes cinquenta e nove dias também (re-)nasceram outras necessidades.
Se a ATER surgiu da revisitação de um dos nossos inícios – e a SCAR-ID na sequência desse processo – também agora nos apetece voltar ainda mais atrás, a um tempo antes do tempo económico.
Um tempo onde a poética era ainda a única medida de todas as coisas.
Um projecto que, até que faça sentido, será trabalhado apenas na sombra.

13.12.2013 – 13.12.2018

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13.12.2013 – 13.12.2018

Não há um grafismo numérico decente para comunicar um aniversário sem que este se pareça com um obituário.
Antes de mais, evitando interpretações desagradáveis trata-se afinal, apenas, da melhor forma abreviada que se encontrou para se comunicar um aniversário:
a scar-id faz hoje (a partir das 21h) cinco anos, mas por estarmos no mês do Natal, vamos apenas os dois jantar fora, ficando o evento festivo-público, como habitualmente, adiado para o início do ano seguinte.
E assim se faz o dois em um: lança-se o pânico e corta-se imediatamente o mesmo com uma outra leitura descritiva, mas muito menos especulativa.
Há efeméride, mas não há festa. Para já.
Cumpriu-se. A partir daqui seria apenas para os amantes da resistência, mas hoje, 13.12.2018 não é um bom dia para resistir e assim se regressa ao obituário, não como afirmação, mas como recurso conceptual para a própria ideia de resistência: o quão libertadora é a ideia do fim para a vontade do recomeço.
´5´parece-nos um tal de número redondo, perfeito para começar qualquer coisa nova.
Todas as efemérides o são um bom pretexto – lá para o fim do ano pede-se um número assimétrico de desejos, ou em alternativa umas resoluções de ano novo, como se apressadamente fosse possível resolver a vida na companhia de 12 tragos de um fruto que suscita a antagónica relação de amor-ódio. Cabe-nos então avaliar que infelizmente, a efeméride e os números redondos são péssimos agentes efectivos de mudança – mas servem pelos menos para, meritoriamente, se ficar a pensar nisso.
Mas voltando ao 5, como catalisador de mudança, apetece recalibrar o caminho, claro.
Apetece quando percebemos que o trabalho foi bem feito, que os objectivos foram alcançados e principalmente, quando se constata que: o continuar acrítico não permitiria a linha recta.
Não que a linha recta tenha que ser permanentemente ascendente, pode até nem sequer ser recta, mas tem que ser linha pelo menos – não se quer com intervalos.
Em 5 anos, na tal história do hoje famoso ´design português de autor, pelo ponto de vista comunicacional e comercial (uma loja) passámos dos primeiros, aos únicos, aos melhores e hoje somos, simpaticamente, uns de muitos; mais uma loja das dezenas de lojas que, orgulhosamente - e por vezes apenas ligeiramente – inspirámos. Simpaticamente, uns de muitos, dizíamos, mas de forma positiva, pois tal significa apenas que fizemos bem o nosso trabalho e fomos capazes de suscitar que, hoje que em cada capital de distrito se consuma, ainda que por vezes auxiliado por alguns ´portuguesismos, o bom design português de autor.
Bem, talvez aqui o nosso erro seja intrínseco ao conceito.
Se ao invés de assumirmos uma identidade individualista e autárquica, atempadamente, tivéssemos enveredado por ambições capitalistas, cedendo submissamente, hoje poderia haver dezoito scar-id´s espalhadas pelo território nacional e mais uma ou outra estrategicamente colocada numa capital global.
Mas não – como trabalhamos com a bem portuguesa ´chapa ganha, chapa gasta` (ou chapa reinvestida) – só há duas, ou uma e meia, visto que estrategicamente há um sufixo histórico que desagrega a acção conjunta, fala-se aqui da nossa proeza de 2018, a VICENT by scar-id.
Constatamos sem qualquer perplexidade que, ao fim de cinco anos tem-se necessariamente uma súbita consciência temporal.
5 anos? Já passou tanto tempo? Faz sentido continuar?
Volta-se então à referência ao obituário inicial para dizer, em contraponto:
Sim, queremos decididamente continuar, faz todo o sentido, ainda nos apaixona, mas.
Fica o mas como vírgula, como charneira para qualquer coisa que há-devir (sim, propositalmente escrito desta forma), um mas de consumo interno que tornado público obriga a novidades em breve, sob pena de envergonhadamente se continuar um caminho, que apesar de bom, tem de ser mesmo o melhor para quem o caminha.

Para já, fica o jantar romântico-profissional de logo à noite e uma proposta de um evento público para Janeiro, depois de resolvemos o mas,

Obrigado a todos pelos 5 anos,

Montra: Pele Natural . Natal 2018

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Para este Natal de 2018 decidimos pela primeira vez participar no concurso Montras de Natal, promovido pela Câmara Municipal do Porto.
Uma ´Pele Natural´ espalhou-se pelas montras da scar-id. Uma pele feita de folhas de árvore, dispostas numa surpreendente relação interior-exterior, que interage com o espaço urbano e com o interveniente individual, suscitando-lhe o toque.
A ´Pele Natural´ é um movimento de folhas de árvore coladas sobre as superfícies interiores e exteriores dos vidros da scar-id. Um movimento que começa no primeiro vidro da Rua do Rosário, continua pela porta, se objectifica na montra principal e se desvanece pelas montas secundárias em direcção à Rua do Breyner. Na montra principal (no gaveto) o movimento sinuoso alastra-se, ocupa a totalidade dos vidros e abre, no seu núcleo, uma forma triangular – uma árvore de Natal estilizada, em negativo, que se relaciona formalmente com as anteriores intervenções de Natal nas montas da scar-id.
As cores quentes outonais, contrastam com a luz branca, fria, que nos relaciona termicamente em contradição com o tema do Natal. É este contraste também decisivo. Mais do que acrescentar uma nova camada de iluminação, frequentemente luz quente, aposta-se na velatura da folhagem como filtro sobre as luminárias existentes, criando a nova temperatura visual.
A ´Pele Natural´ permite-nos ir de encontro a todos os pontos. Se era inevitável cumprir os critérios do caderno de encargos, também era fundamental apostar numa intervenção que permitisse uma certa liberdade expositiva. Dadas as características da scar-id, na qual damos primazia às peças únicas, não nos é permitido congelar produtos na montra durante o mês de Natal, pelo que a intervenção não podia condicionar os planos horizontais, que habitualmente usamos como expositor de produto.
Mas além de garantir o cumprimento das necessidades directas do concurso e das características programáticas do espaço, era necessário tentar alcançar mais dois pontos: a sustentabilidade e a contenção económica.
As folhas de árvore, secas, caídas pelo chão da cidade, serviram na plenitude este novo propósito. Se por um lado questionam o excesso de desperdício que a quadra natalícia propicia, evocando uma economia de meios e uma reutilização de soluções, proporciona sincronicamente uma economia financeira, demostrando que por vezes, usando apenas o sentido crítico e criativo (e algum trabalho manual) não é necessário evocar loucuras financeiras para apelar ao consumo (que aqui se quer responsável).
Não conseguimos, contudo, garantir a imutabilidade da ´Pele Natural´. Ao suscitarmos a interacção urbana, o convívio ao toque das texturas, estamos também subjugados à diária subtracção de elementos, que ainda que podendo ser rapidamente substituídos, dificilmente conseguirão mimetizar o grafismo inicial.
Composta por elementos naturais em processo de decomposição, é uma intervenção cromaticamente mutável. Os cobres, os laranjas, os vermelhos, os castanhos compõem um património visual oscilante.
A ´Pele Natural´ é também um compromisso urbano. Ao tirarmos partido da localização da scar-id num cruzamento movimentado da cidade, garantirmos com a intervenção uma indispensável relação com o espaço físico envolvente, partindo da instalação comercial em direcção à instalação urbana.
…………
Para o nosso espaço da Rua 31 de Janeiro, a VICENT by scar-id, decidimos desenvolver uma intervenção que apesar de privilegiarmos a sua autonomia, quisemos garantir relações gráficas de complementaridade e paralelismo com a montra da scar-id.
Face ao dever quase deontológico de desenhar uma proposta de acordo com a componente simbólica da fachada e da Rua em que se insere, subtraímos a carga conceptual e plástica que usámos na Rua do Rosário e encontramos um objecto capaz de ser rapidamente catalogado com o imaginário de Natal.

Opinião: Black Friday

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A 28 de Novembro de 2014, durante nosso ritual matinal (à época) de confrontação com o mundo, via redes-sociais, surpreendemo-nos com uma tal de Black Friday.
Talvez primeiro tenha sido a cor, seguindo-se a acumulação de referências digitais, mas acabámos por nos conceder dez minutos ao estudo da enigmática efeméride e outros dez para a significativa decisão de adesão.
Confessamos, terá sido realmente (apenas) a cor que nos levou a grosseiramente selecionámos alguns produtos para um simbólico desconto. Mais meia hora, da forma mais consciente possível, apesar da equivocada decisão, elaborámos um conjunto de comunicação digitais
Envergonhadamente, às onze horas a scar-id estava pronta para o Black Friday.
Finalmente, pertencíamos

A 24 de Novembro de 2017, no decorrer de um entusiasmante processo de instalação, alguém se lembrou da Black Friday.
Naquela Sexta-feira, quis o acaso que involuntariamente tivéssemos acabado por convidar uma das nossas marca mais `black´ para criar uma instalação site-specific no nosso espaço. As embalagens pretas da Made In Youthland flutuavam no espaço através de plintos transparentes. Imagens da pele, a preto e branco dançavam nas montras ao movimento da passagem. Desligaram-se as luzes e o vídeo negro tornou-se protagonista.
Terá sido, acidentalmente, a nossa melhor versão da Black Friday.
Na sequência, fomos apresentados à Cyber Monday.

Hoje, quase cinco anos após o dia zero da SCAR-ID, é a indiferença que substitui tanto a surpresa inexperiente, quer a vontade ingénua de pertença àquela sexta-feira 28 de Novembro.
Sem grandes manifestos anexos (aos quais poderíamos sempre dotar com habilidade os habituais temas do desenhado e produzido em Portugal, o respeito pela qualidade, pela mão de obra, pelo preços justo, pela sustentabilidade…) informamos que, apesar do permanente desejo de fechar a porta como acto de rebelião, hoje a SCAR-ID estará neutralmente aberta e os preços são os mesmo de ontem, porque são os justos.

Quando iniciamos este caminho, em Dezembro de 2013 tudo era descoberta.
Sem qualquer experiência em gestão ou comércio, achávamos (como hoje) que conseguiríamos apresentar uma perspectiva diferenciadora.
Como não conhecíamos a fórmula, pensámos em como faríamos se tivéssemos uma galeria e fossemos curadores, como se tivéssemos uma livraria e fossemos livreiros, como se tivéssemos uma florista e fossemos…
Passada a euforia inaugural, compreendemos que o caminho da SCAR-ID não é compatível com os valores da Black Friday.

PS: este texto continuará válido, segunda-feira, na Cyber Monday.

Evento: Colecção SULCO . ATER by scar-id x PATRICIA COSTA

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Após a sua estreia em 2017 com uma colecção de acessórios em pele e as várias experiências de produtos para casa em mármore, no próximo Sábado 22, dia de Inaugurações Simultâneas de Miguel Bombarda, apresentamos a nova colecção de ATER by scar-id.
“Sulco” é uma colecção de joalharia desenvolvida em parceria com a designer Patrícia Costa.
Peças que tiram partido da dureza do latão onde são modeladas texturas agressivas e dramáticas.
Patrícia Costa é uma joalheira e artista plástica portuense que aceitou o desafio de sair da linguagem e escala habitual da sua marca Petit Mignon e assinar com nome próprio esta parceria.
Na montra da scar-id serão apresentadas as primeiras experiências, muitas vezes desconexas, de uma colecção que resulta da fusão de visões assimétricas sobre o tema da joalharia.
Este é o primeiro resultado de uma série de convites que irão ser lançados pelos fundadores da scar-id store para uma sequência de colaborações para a sua (sub-)marca ATER by scar-id.

Sábado 22, 16h

Estamos a recrutar (part-time)

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Estamos a recrutar (part-time)

Brevemente a scar-id irá fazer 5 anos e queremos desdobrar-nos em novos projectos.
Estamos à procura de um(a) colaborador(a) com entusiasmo e conhecimento em design, simpatia e boa disposição e muita vontade para nos ajudar no dia a dia das nossas lojas e no desenvolvimento de novos projectos.

Principais funções:

  • atendimento ao público
  • social media management
  • gestão de e-commerce
  • gestão de stocks e parceiros
  • desenvolvimento de projectos
  • organização de eventos
  • privilegia-se o conhecimento de várias línguas, a facilidade com as ferramentas digitais e o à vontade para o contacto com o público
    ** dá-se preferência a pessoas das áreas criativas para enquadramento em novos projectos
    *** não é necessária experiência na área, preferimos vontade para crescer connosco

Mais informações e candidaturas: info@scar-id.com